O embaixador da Noruega alerta que, apesar de a economia estar a crescer em Moçambique, o nível de pobreza no país ainda é alto. O diplomata diz que o país precisa de adoptar políticas urgentes para erradicar a pobreza.
Em Moçambique, de acordo com Organização das Nações
Unidas, mais de 22 milhões de pessoas vivem em dificuldades, sendo que, destas,
63% vivem abaixo da linha de pobreza.
Com a economia a crescer a bom ritmo, o embaixador da
Noruega defende que o país deve adoptar políticas urgentes para promover o
crescimento inclusivo.
“O crescimento económico de Moçambique, em 2022, é de
4,6%, no entanto, devido aos desafios e às deficiências estruturais, o
crescimento actual não se reflecte facilmente na redução da pobreza e
principalmente na melhoria das condições de vida da população no país”,
ressaltou o diplomata norueguês, Haakon Gram-Johannessen.
Gram-Johannessen diz também que o sector privado mantém
um papel importante para reverter o cenário na esfera socio-económica.
“O mercado formal mantém-se pequeno e os vínculos
comerciais são fracos e as oportunidades de emprego decente para os jovens são
bastante limitadas, por isso a boa notícia é que o sector privado tem um papel
importante que é mudar o cenário. Com o enquadramento certo, o sector tornar-se-á
um mecanismo para transformação económica”, vincou.
O diplomata destaca ainda que sectores como da saúde e da
educação são os que mais precisam de novas políticas para melhorar a vida dos
moçambicanos.
As políticas a serem adoptadas foram debatidas, esta
terça-feira, por especialistas da área económica para a escolha das melhores
soluções de combate à pobreza no país.
“Tendo em vista a melhoria dos padrões de vida das
populações, com destaque para o aumento da capacidade e de formulação de
políticas, nos domínios da criação de emprego e protecção de grupos
vulneráveis, manutenção de equilíbrio macro-económico a longo prazo, reforço da
transformação estrutural e melhoria do sistema de informação socio-económica
para a monitoria e avaliação”, reiterou Joel Das Neves, vice-reitor da
Universidade Eduardo Mondlane.
As intervenções foram feitas na terça-feira, dia 8, na conferência anual do programa de
crescimento inclusivo, que decorreu sob o lema “Dinâmicas do Sector Privado e
bem-estar de Moçambique”.
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